1 Introdução
O Brasil foi um dos países mais afetados pela pandemia de Covid-19. Até 23 de novembro de 2024, o número de óbitos decorrentes da doença ultrapassava 714 mil e o número de casos confirmados passava de 39 milhões, segundo dados do Ministério da Saúde [2024b].
A cobertura da Covid-19 reconfigurou a atividade jornalística no país. A dificuldade de acesso a informações oficiais, como o número de casos e mortes, motivou a formação do consórcio de veículos de imprensa em junho de 2020 [g1 et al., 2023], reunindo veículos que historicamente competem pela audiência.
Para compreender o impacto dos meios de comunicação na construção de percepções sobre a saúde, é preciso analisar as narrativas midiáticas, incluindo sentidos, argumentos, fontes e imagens empregadas [Rangel-S et al., 2022]. Lerner [2014] lembra que a presença da saúde nos meios de comunicação não constitui apenas um reflexo de sua relevância social. A mídia, como espaço de produção discursiva, transforma fatos em narrativas e disputa a construção de sentidos com outros atores sociais.
Nelkin [1987] salienta que é comum, na cobertura de ciência, ater-se somente à perspectiva dos cientistas, interpretando a ciência sob os termos definidos pelas fontes, mesmo quando estas possuem interesses diversos. Assim, a cobertura de riscos, como na pandemia, se torna um desafio, pois demanda lidar com informações técnicas complexas e incertezas.
Outra questão que preocupa estudiosos da cobertura midiática é a falsa equivalência e a distorção da percepção pública em relação à opinião de especialistas [Koehler, 2016]. A falsa equivalência permite que posições falsas, manipuladoras ou que não merecem qualquer tipo de cobertura ganhem o mesmo nível de visibilidade que posições factualmente verdadeiras e de interesse público [Phillips, 2018]. Entre as principais consequências dessa conduta estão os riscos de normalizar pontos de vista nocivos; a validação de narrativas falsas e a simplificação de questões complexas [Phillips, 2018]. Nesse contexto, propõe-se a seguinte questão: como a postura do Conselho Federal de Medicina (CFM) tem sido abordada pela imprensa no contexto da Covid-19? A amostra consiste em materiais jornalísticos publicados pela Folha de S. Paulo — atualmente o jornal brasileiro com o maior número de assinantes [‘IVC muda cálculo para assinaturas; Folha é líder em circulação’, 2023] — e pela Gazeta do Povo, esse último alinhado a um posicionamento político conservador [Tavares, 2020]. O artigo busca avançar as discussões sobre as abordagens de temas relacionados à ciência e à saúde na mídia e seus possíveis impactos. A originalidade da pesquisa reside na comparação entre dois veículos de comunicação com linhas editoriais distintas, a partir da cobertura de um mesmo tema macro — a atuação do CFM na pandemia de Covid-19. Foram analisados dois períodos específicos: o ano de 2021, quando começou a campanha de vacinação no Brasil, e janeiro de 2024, momento em que o CFM lançou um questionário para apurar a percepção de médicos sobre a obrigatoriedade da vacinação infantil contra a Covid-19 [Conselho Federal de Medicina, 2024]. A iniciativa ocorreu menos de um mês após a definição do esquema de rotina para essa faixa etária no Programa Nacional de Imunizações (PNI) [Ministério da Saúde, 2023b]. Os intervalos temporais representam momentos de intensa discussão sobre acesso e cobertura vacinal no país.
Em um cenário de hesitação e baixa adesão vacinal, o questionário incitou críticas de sociedades médicas e científicas. No início de 2024, houve, ainda, um aumento substancial no número de casos de Covid-19 no Brasil [Bottallo, 2024], o que motivou o Ministério da Saúde a publicar um alerta reforçando que a vacina continuava sendo a melhor forma de prevenção e a principal medida contra as formas graves da doença [Ministério da Saúde, 2024a].
2 As vacinas e a Covid-19
Esta seção discute como uma iniciativa consolidada, como o PNI, pode ser impactada por crises sanitárias, polarização política e desinformação, contribuindo para o aumento da hesitação vacinal.
O PNI foi formulado em 1973 e institucionalizado em 1975 [Presidência da República, 1975]. Desde a década de 1990, o Brasil apresentou elevadas coberturas para vacinação infantil [Sato, 2018]. No entanto, a partir de 2016, esses índices começaram a declinar. Múltiplos fatores são atribuídos a essa queda, como a hesitação vacinal, aspectos socioculturais, dificuldade de acesso, entre outros. Nesse contexto, estratégias de comunicação planejadas e integradas poderiam ser eficazes para influenciar comportamentos relacionados à saúde [Goldstein et al., 2015].
Globalmente, a polarização, a desconfiança e a circulação de desinformações sobre vacinas já aumentavam antes da pandemia [Sallam, 2021]. Todavia, as controvérsias em torno da vacinação contra a Covid-19 foram intensificadas por outras mais amplas relacionadas à própria doença [Larson et al., 2022]. Líderes políticos, como nos casos do Brasil, dos Estados Unidos, da Inglaterra e da Bielorrússia, também desempenharam um papel significativo na criação e na manutenção de pontos de vista polarizados.
A crise em torno da política de vacinação que ocorreu ao longo do governo de Jair Bolsonaro foi marcada pelo alinhamento ao governo de Donald Trump, nos EUA. Essa postura incluiu ataques a organismos internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), disseminação de teorias conspiratórias contra a China e negação da gravidade da doença [Fleury & Fava, 2022].
Na cobertura midiática, testemunhou-se uma exposição sem precedentes da Covid-19 no noticiário [Ferraz, 2020]. O jornalismo e a ciência são essenciais no enfrentamento do negacionismo científico e ganharam mais relevância durante a pandemia, que reuniu adeptos de movimentos antivacinação, consumidores de teorias conspiratórias, vendedores de “curas milagrosas” e a consequente amplificação de desinformações nas mídias sociais [Massarani et al., 2021].
Bolsonaro acusou a imprensa de exagerar a gravidade da Covid-19 e de espalhar o caos ao divulgar dados sobre a letalidade do vírus e o número de mortes. O Ministério da Saúde tentou desviar a atenção pública, enfatizando o número de recuperados em vez da quantidade de vidas perdidas. Enquanto outros países garantiam vacinas, o governo brasileiro atrasou deliberadamente sua aquisição. O ex-presidente e seus apoiadores defenderam a “imunidade de rebanho” e promoveram medicamentos sem comprovação científica, como a hidroxicloroquina e a ivermectina, já sabidamente ineficazes contra a Covid-19 [Gehrke et al., 2025].
Entretanto, um estudo realizado nos jornais Folha de S. Paulo e NY Times durante o ano de 2020 observou que “informar sobre ciência e questionar a formulação de políticas públicas no caminho contrário ao consenso científico vigente por parte de autoridades locais pode ter recebido o mesmo peso da imprensa” [Hafiz et al., 2023, p. 10]. Outra análise, com foco na cobertura realizada pela Gazeta em 2020, constatou um predomínio da defesa do “tratamento precoce” durante os primeiros meses do ano, e que, a partir da segunda metade de 2020, o jornal passou a atacar o isolamento social para justificar a defesa dos medicamentos [Ivanowski, 2023].
Também é preciso considerar que os médicos são as fontes de informação em que os brasileiros mais confiam [Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, 2024]. Assim, quando o órgão que representa a classe questiona a vacinação infantil, amplifica uma discussão que pode induzir a população ao erro. Ao questionar a obrigatoriedade das vacinas para menores de idade, pode ainda desestimular pais e responsáveis, fortalecendo movimentos antivacinação e ampliando o contexto de hesitação.
A instituição esteve envolvida em outras controvérsias durante a pandemia. Por meio do parecer 04/2020, o CFM possibilitou que médicos prescrevessem o chamado “kit-covid” no caso de pacientes não-hospitalizados [Conselho Federal de Medicina, 2020]. Segundo Castro [2021], ao “liberar” sem “recomendar” o uso dos medicamentos, o órgão assumiu um posicionamento ambíguo que, ao mesmo tempo, ampliou a incerteza no debate e ajustou o documento ao contexto controverso. Com a medida, o debate deixou de ser sobre as bases científicas necessárias para o enfrentamento da doença e passou a ter como foco os princípios da autonomia do médico, levando a um “duplo efeito de sobrerresponsabilização de pacientes e desresponsabilização da classe médica e de instituições responsáveis pela regulamentação da medicina” [Castro, 2021, p. 8]. Apesar de mais tarde os medicamentos terem sido considerados ineficazes contra a doença, a indicação foi mantida sob justificativa de respeito a essa autonomia [Biernath, 2021]. Caponi et al. [2021] ressaltam que, dessa forma, entidades como o CFM divulgaram ideias que fortaleceram o negacionismo científico.
A disseminação de desinformações relacionadas à saúde tem um forte impacto econômico. Um relatório do Johns Hopkins Center for Health Security estimou que as informações falsas sobre vacinas contra a Covid-19 custariam entre US$ 50 e 300 milhões por dia nos EUA [Bruns et al., 2021]. Além disso, entre 2 e 12 milhões de norte-americanos deixaram de se vacinar devido à desinformação sobre vacinas.
Em 18/1/25, o editorial do periódico médico The Lancet trouxe o alerta de que a pandemia de Covid-19 teria sido um evento decisivo para a desinformação sobre saúde, visto que a “sensação de ansiedade e urgência aliada ao aumento do uso de redes sociais e a interpretações politizadas da pandemia impulsionou a disseminação de informações enganosas sobre o vírus e suas recomendações médicas” [The Lancet, 2025]. Segundo relatório recente do Fórum Econômico Mundial, os efeitos destrutivos desse tipo de conteúdo têm causado aflição em cada vez mais setores da sociedade [World Economic Forum, 2025]. Ao avaliar a percepção de risco sobre diversos problemas ao longo de dois anos, o documento descreve como a desinformação foi eleita o maior motivo de preocupação, ultrapassando a apreensão relacionada a eventos climáticos extremos.
3 Da desconfiança às fakes
Assim como a disseminação de desinformações, a crise de confiança em instituições produtoras de conhecimento tem preocupado cada vez mais especialistas. Segundo Castelfranchi [2024], uma das táticas adotadas por movimentos que se beneficiam da desinformação é associar valores a distorções e mentiras, visando enfraquecer o alcance de atores que atuam como mediadores da democracia — como jornalistas e cientistas —, levando o público a rejeitar informações provenientes dessas fontes. Apesar disso, a influência desses atores sobre grande parte da sociedade é reconhecida pelos desinformadores, o que pode ser evidenciado pela popularização das chamadas fake news e fake sciences.
Fake news é um conceito que se popularizou a partir da eleição presidencial norte-americana de 2016 e que se opõe à ideia de “notícia de verdade”, pois se apropria de convenções jornalísticas para conferir credibilidade a conteúdos enganosos [Tandoc Jr. et al., 2021]. Ao analisar um conjunto de 886 artigos publicados por websites identificados como produtores de fake news, Tandoc Jr. et al. [2021] constataram que os textos enganosos se assemelham àqueles produzidos por veículos tradicionais em termos de valores-notícia, temas e formatos. O distanciamento entre os dois modelos estaria na objetividade, pois a maioria dos artigos rotulados como fake news incluiu opiniões dos autores [Tandoc Jr. et al., 2021].
Websites com esse perfil têm uma função central na disseminação de desinformações: por meio de táticas como a aparência de jornal, o anonimato e conteúdos sensacionalistas, o material desinformativo adquire maior potencial de circulação [Recuero et al., 2021]. No Facebook, aproximadamente 90% dos links que promoviam a hidroxicloroquina no contexto da Covid-19 e que registravam maior circulação em páginas e em grupos tinham origem nesse tipo de veículo [Soares et al., 2021].
De modo parecido, as fake sciences se apropriam de discursos e de normas científicas para dar aparência de legitimidade à desinformação [Oliveira et al., 2020]. Essas práticas são frequentemente adotadas para promover produtos e serviços apresentados como soluções para problemas para os quais a ciência ainda não tem respostas. Nesse cenário de insegurança e desconfiança, van Zoonen [2012] argumenta que o público tem apresentado dois comportamentos recorrentes. Primeiro, busca-se algo ou alguém a quem se possa atribuir culpa — comunistas, judeus, Big Pharma, o governo, entre outros — e, em seguida, passa-se a considerar a si próprio como fonte da “verdade”, tendo como referência as próprias experiências e crenças pessoais, o que o autor chama de “Eu-pistemologia”.
4 Metodologia
Os dados foram coletados manualmente utilizando os campos de pesquisa dos jornais em janeiro de 2024. Os termos de busca adotados para o ano de 2021 foram “Conselho Federal de Medicina” e “Covid-19”. Para observar os desdobramentos da cobertura midiática referente ao primeiro ano de vacinação no país, consideramos todo o conteúdo publicado pelos veículos ao longo desse ano. Para o conteúdo referente ao mês de janeiro de 2024, o termo de busca selecionado foi “CFM”. Essa distinção se deve ao fato de que as palavras buscadas em 2021 não retornaram resultados sobre o tema em 2024. Assim, o ajuste dos termos foi necessário para localização dos textos e viabilização da análise.
O levantamento resultou em 130 textos — 124 de 2021 e outros seis de janeiro de 2024. Conteúdos reproduzidos a partir de outros meios foram incluídos na amostra porque permitiriam a análise dos debates presentes na imprensa naquele período. Comentários de leitores e materiais audiovisuais foram desconsiderados por não se enquadrarem no escopo da investigação. Os Figuras 1 e 2 apresentam o volume e o formato dos textos publicados por mês pelos dois veículos.
Os textos e metadados — título, veículo, link, editoria, tipo de material (notícia, entrevista, editorial, coluna, artigo, blog, entre outros) e data de publicação — foram coletados e estudados a partir da análise de conteúdo. Bardin [2016] divide o método em três etapas: 1. Pré-Análise (fase de organização e sistematização dos materiais coletados); 2. Exploração do Material (aplicação da sistematização dos materiais, incluindo a leitura aprofundada dos textos) e 3. Tratamento dos Resultados Obtidos (análise qualitativa dos resultados, buscando as conexões estabelecidas entre os textos analisados e os contextos históricos).
Para a sistematização do material, os elementos do lide jornalístico (o que, quem, quando, onde, como e por quê) foram incorporados como categorias de análise, o que nos permitiu observar atores e argumentos abordados pela mídia em relação ao tema central (Figura 3). A exploração do material possibilitou a categorização da amostra a partir dos principais argumentos de cada texto, como indicado na Tabela 1 — os textos podem recorrer a vários dos argumentos analisados ou ainda utilizar outros que não fazem parte desta pesquisa, de modo que o número total de textos mencionados na tabela não corresponde ao número total de textos com posicionamentos sobre o CFM.

5 Resultados
Como ilustrado nos Figuras 1 e 2, a quantidade e o formato dos textos variam ao longo do tempo e entre os veículos de comunicação. A Folha apresenta mais textos e diversidade de formatos. A diferença no volume de conteúdo pode estar relacionada à dimensão dos veículos, enquanto a variação no formato pode estar associada às diretrizes editoriais.
Dos 124 textos que integraram a amostra do ano de 2021, o “tratamento precoce” foi o tema mais abordado, com 52 textos — 34 da Folha e 18 da Gazeta. Para Madacki [2021], o interesse sobre o assunto ficou evidente pelo volume de buscas por termos como “hidroxicloroquina” e “azitromicina” por parte do público durante o mesmo período. A demanda por informações poderia ser justificada, em partes, pela postura desinformativa com que Bolsonaro abordou o tópico em suas redes sociais oficiais [Madacki, 2021]. Um exemplo é o texto “Entenda como o governo despejou esforços com cloroquina e outros remédios sem eficácia contra Covid”, publicado na Folha, no qual afirma-se que “apesar de não ter a eficácia comprovada, Bolsonaro defende o uso de cloroquina e ivermectina” [Lopes, 2021].
Em segundo lugar, predominaram os “aspectos gerais da pandemia”, contemplando tópicos como etarismo, ameaças a cientistas e número de casos e mortes no país. Para esse tema, foram contabilizados 34 textos — 28 da Folha e seis da Gazeta. As “vacinas” foram mencionadas em oito textos da Folha e em três da Gazeta. Em 3/8/21, o então presidente do CFM, Mauro Luiz de Britto Ribeiro, afirmou em entrevista à Gazeta, que o órgão era, a princípio, contra a vacinação para Covid-19 em crianças e adolescentes [‘“A princípio, somos contra vacinação de crianças contra a Covid-19”, diz presidente do CFM’, 2021] — a discussão seria retomada quase três anos depois, no início de 2024, com a pesquisa do CFM sobre essa faixa etária. A “crise em Manaus” foi o principal tópico de três textos, todos publicados pela Folha, como a matéria “‘Fomos além do que somos obrigados a fazer’, diz Bolsonaro sobre falta de oxigênio em Manaus” [Della Coletta, 2021].
Os seis textos de janeiro de 2024 tratam da pesquisa do CFM sobre a vacinação infantil obrigatória contra a Covid-19. A matéria “CFM consulta médicos sobre vacina da Covid em crianças. Por que isso é importante”, publicada pela Gazeta, argumenta que “paira uma divergência maior entre especialistas sobre a necessidade de vacinas da Covid para crianças, nas quais o vírus se manifesta geralmente como uma doença leve” [Vieira, 2024]. O tema apareceu de forma secundária em uma coluna de opinião da Folha abordando o caso do plano Hapvida NotreDame, que descumpria liminares concedidas pela Justiça.
Os “políticos” se sobressaíram como principais atores na amostra relativa a 2021, somando 37 textos — 31 da Folha e seis da Gazeta. É o caso do texto “Prefeitura de Curitiba manda remover outdoors que promovem o Kit Covid” [Lass, 2021]. Além deles, “médicos” — 32 textos, 26 da Folha e seis da Gazeta — e “entidades médicas” — 26 textos, 13 da Folha e 13 da Gazeta — também se destacaram. Outros atores mencionados foram “órgãos do governo” (10 textos, sete da Folha e três da Gazeta); “Bolsonaro” (oito textos da Folha) e “pacientes” (quatro textos, três da Folha e um da Gazeta). “Mídia” e “MPF” foram citados em dois textos, sendo um de cada jornal. “Outros profissionais de saúde” apareceram em dois textos, ambos da Folha, e “cientistas” foram apontados em um texto, também publicado pela Folha. Em janeiro de 2024, predominaram as “entidades médicas”, presentes em três textos da Folha e em dois da Gazeta, sendo que “médicos” também foram citados em um texto da Folha.
Em relação ao intervalo temporal, destacaram-se marcos referentes a fases críticas da pandemia. Em 2021, predominaram os textos que abordaram “acontecimentos gerais da pandemia”, ou seja, que resgataram momentos variados da crise de saúde pública — 87 textos, 63 da Folha e 24 da Gazeta. A “CPI da Pandemia” (18 textos, 14 da Folha e quatro da Gazeta); “acontecimentos anteriores à pandemia” (14 textos, 13 da Folha e um da Gazeta); a “crise em Manaus” (três textos, dois da Folha e um da Gazeta) e o “lançamento do TrateCOV” (dois textos, um de cada veículo) também foram citados. Os seis textos referentes a 2024 foram publicados durante a discussão na mídia sobre a pesquisa do CFM relativa à obrigatoriedade vacinal infantil. O pico de publicações em outubro de 2021, observado nos Gráficos 1 e 2, deve-se ao fim da CPI da Covid, reavivando os debates sobre o “tratamento precoce” e a vacinação. Em 4/10/21, a Gazeta divulgou o editorial “A caça às bruxas contra os médicos e o ‘tratamento precoce’” [‘A caça às bruxas contra os médicos e o “tratamento precoce”’, 2021]. No mesmo mês, em 20/10/21, a Folha publicou a matéria “CPI pede punição de Bolsonaro por crimes contra a humanidade, prevaricação e charlatanismo” [‘CPI pede punição de Bolsonaro por crimes contra a humanidade, prevaricação e charlatanismo’, 2021]. As diferentes abordagens sobre o tema evidenciam as escolhas editoriais dos veículos analisados.
Dos 124 textos publicados em 2021, 91 tiveram foco em acontecimentos nacionais, enquanto 33 trouxeram o contexto mundial da pandemia. Em janeiro de 2024, três textos destacaram o cenário nacional e outros três apresentaram também acontecimentos internacionais — como o editoral “Vacina vem de berço”, publicado pela Folha com a informação de que a OMS “atesta a eficácia e segurança da vacinação de crianças, que já está presente em 60 países” [‘Vacina vem de berço’, 2024].
6 Discussão
Nesta seção, aprofundamos as análises das coberturas ao longo do período investigado. Um dado relevante foi o posicionamento dos veículos diante da atuação do CFM. Seja na defesa da autonomia médica e da prescrição do “tratamento precoce”, seja na crítica à contratação de médicos estrangeiros e de brasileiros graduados no exterior ou na contrariedade em relação à obrigatoriedade vacinal, Folha e Gazeta assumiram abordagens opostas. O cenário de polarização na mídia pode estar ligado à crescente desconfiança em relação ao jornalismo, como indicado pelo Edelman Trust Barometer 2025. A preocupação com a credibilidade da imprensa aumentou significativamente nos últimos anos — entre 2021 e 2025, a parcela de entrevistados que acreditam que jornalistas podem estar deliberadamente propagando informações falsas ou exageradas subiu de 59% para 70% [Edelman, 2025].
Em 2021, 65 textos se posicionaram em relação à conduta do CFM, 39 foram contra suas medidas — 38 publicados pela Folha e um pela Gazeta — e 26 se mostraram favoráveis ao órgão — 25 textos da Gazeta e um da Folha. Em relação ao tipo de texto, dos 65 materiais com posicionamento sobre o CFM, 23 corresponderam a conteúdos de opinião e 42 eram materiais noticiosos. A Folha foi o veículo que mais recorreu a esse gênero para se posicionar sobre o órgão, com sete colunas, sete artigos de opinião, três editoriais e um post de blog, de modo que dos 39 textos do veículo que apresentaram posicionamento, 18 foram veiculados em editoria destinada a esse propósito.
Apesar da postura editorial crítica da Folha em relação ao CFM, o jornal foi um dos oito impressos brasileiros que veicularam um informe publicitário — conteúdo pago — em defesa do “tratamento precoce”, publicado em 23/2/21 [Esperidião & Neiva, 2021]. O material, assinado pelo movimento “Médicos pela Vida” e patrocinado pela farmacêutica Vitamedic, não reflete necessariamente a linha editorial do veículo, mas levanta questões sobre os critérios para aceitação de publicidade em temas sensíveis. A Vitamedic é fabricante da ivermectina, um dos medicamentos que compõem o “tratamento” defendido pelos médicos. Segundo a empresa, o informe teria rendido mais de 700 mil reais aos jornais envolvidos [Souza, 2021].
Em sua página, a Gazeta afirma que o jornal é produzido “sem tender a melindres pessoais”, mas apenas cinco dos 26 textos com posicionamento foram publicados sinalizando ao leitor que eram conteúdos de opinião: três editoriais e duas colunas [‘Sobre a Gazeta do Povo’, 2019]. Esse dado pode ser analisado a partir do projeto editorial implementado pelo jornal em 2017. Segundo Tavares [2020], com a Operação Lava Jato, o discurso do combate à corrupção e a conquista de um público conservador teriam impulsionado a transição de uma linha editorial informativa para um posicionamento politicamente alinhado à direita.
Em janeiro de 2024, dos seis textos que abordaram a pesquisa de opinião sobre a vacinação infantil contra a Covid-19 realizada pelo CFM, quatro foram contrários à medida — todos publicados pela Folha, sendo três conteúdos de opinião (duas colunas e um editorial). Os dois textos publicados pela Gazeta enquadram-se como conteúdo noticioso e foram favoráveis à pesquisa, justificando sua realização por meio de argumentos comumente utilizados por ativistas antivacinação, como questionamentos sobre a segurança das vacinas, menções a efeitos colaterais graves, minimização dos riscos da doença, defesa da imunidade natural, acusações de corrupção envolvendo empresas farmacêuticas (pharma shill gambit) e alegações de ameaças às liberdades individuais [Vieira, 2024; Feitosa, 2024; Kata, 2012].
As seis publicações coincidem com o período em que a pesquisa do CFM foi lançada, mas o interesse jornalístico pelo tema não se manteve nos meses seguintes. Esse padrão é compatível com a teoria de agenda-setting nos estudos de comunicação e aponta para uma redução na cobertura de temas relacionados à pandemia de Covid-19, com menor atenção dos veículos — e possivelmente do público — em um curto período [McCombs & Valenzuela, 2020].
A maioria dos textos preservou a mesma perspectiva durante os períodos considerados. Dos 28 com posicionamento publicados pela Gazeta, 27 se apresentaram em defesa do CFM. O único texto crítico ao órgão foi uma coluna de Diogo Schelp, na qual o autor argumenta que o CFM defende a autonomia médica por razões políticas. Na Folha, dos 43 textos com posicionamento, 42 se mantiveram contrários à postura adotada pelo órgão ao longo da pandemia. A exceção foi um artigo do então presidente do CFM sobre a conduta da entidade em relação ao “tratamento precoce”. Para justificar as perspectivas adotadas por ambos os veículos, parte dos argumentos apresenta semelhanças, ao passo que outros se opõem veementemente (Tabela 1).
A Gazeta recorreu à dispersão de dúvidas para questionar a obrigatoriedade vacinal do público infantil contra a Covid-19 e defender a prescrição do “tratamento precoce”. Sugerir ao público que “o debate continua” devido à falta de consenso entre especialistas é um recurso que se popularizou porque possibilita o adiamento de medidas de mitigação e de regulação. A tática é comumente adotada não só por disseminadores de desinformações sobre saúde [Machado et al., 2022], mas também de desinformações de natureza política [Hassoun et al., 2024] e climática [Farmer & Cook, 2013]. Não é uma estratégia recente. A indústria do tabaco, ainda nos anos 1950 e 1960, produzia os próprios relatórios utilizando a dúvida como argumento [Michaels, 2024]. É o caso de afirmações de que alguns pacientes com câncer de pulmão não seriam fumantes ou de que outros fatores explicariam o desenvolvimento da doença.
Ambos os veículos acusaram seus “oponentes” de politizar a pandemia e de adotar uma postura “anticiência” em relação ao debate sobre o “tratamento precoce”. A Gazeta argumentou que políticos, juízes, membros da CPI, Big Techs, o Ministério Público, conselhos regionais de medicina, influenciadores e parte da imprensa teriam impedido o “bom exercício da medicina” e violado “direitos de pacientes e profissionais” [‘O Ministério Público contra a autonomia médica’, 2021]. Os defensores da autonomia médica teriam sido acuados, censurados e demonizados [‘A caça às bruxas contra os médicos e o “tratamento precoce”’, 2021] — alegação característica do pensamento conspiratório, que faz com que os indivíduos se percebam como “vítimas de uma perseguição organizada” [Lewandowsky & Cook, 2020] — por não se renderem ao “consenso politicamente correto” [Desideri, 2021]. Já a Folha argumentou que a defesa insistente do CFM em relação à autonomia médica para receitar tratamentos comprovadamente ineficazes contra a Covid-19 só poderia ser explicada por motivações políticas, posicionando o órgão, a “ala pró-cloroquina” do Ministério da Saúde, Jair Bolsonaro, militantes bolsonaristas e especialmente parte da classe médica como oposição a medidas de saúde pública baseadas em evidências [Chaib et al., 2021].
No caso da Gazeta, a acusação de postura anticientífica se dirigiu aos críticos do “tratamento precoce” e, no caso da Folha, aos defensores. Nessa disputa pela “verdade”, apesar de informações de natureza científica terem sido questionadas pela Gazeta, a autoridade da ciência continuou sendo reforçada como “forma dominante de capital simbólico”, como constatado anteriormente por Oliveira [2020]. No editorial “O Ministério Público contra a autonomia médica” [‘O Ministério Público contra a autonomia médica’, 2021], o veículo fez uma distinção entre “tratamento considerado ineficaz” e “eficácia não comprovada”. Citando declarações do então presidente do CFM, o texto defendeu que o “tratamento precoce” faria parte do segundo grupo: “Tem estudos que mostram eficácia e estudos que não mostram [ …] Há trabalhos seríssimos mostrando que não tem ação. E tem bons trabalhos também mostrando que tem ação”. A autoridade da ciência também foi mencionada quando o jornal apresentou o ponto de vista de profissionais da saúde investigados por prescreverem o tratamento. Foi o caso do ortopedista Alexandre Barbosa, que justificou sua conduta afirmando: “Não fiz nada de errado. Eu sigo a ciência e o que se mostra diariamente, como vários outros colegas que estão buscando salvar vidas” [Ágape, 2021].
Segundo Philipp-Muller et al. [2022], atitudes anticientíficas são guiadas por um determinado conjunto de princípios. Elas tendem a se proliferar quando os atores integram grupos que têm sua identidade associada a atitudes anticientíficas ou quando a mensagem contradiz o que consideram verdadeiro, favorável, valioso ou moral. A política pode ter um efeito amplificador sobre o fenômeno [Philipp-Muller et al., 2022]. Desse modo, a distinção entre desinformação e “verdade” deriva frequentemente de convicções pessoais ou compartilhadas por um grupo [Garcia et al., 2021].
Os indícios de aproximação e cooperação entre membros do CFM e o Governo Federal sugerem que esse pode ter sido o caso. Médicos conselheiros da instituição participaram de reunião do “gabinete paralelo”, Mauro Ribeiro se encontrou com Bolsonaro para discutir o uso da hidroxicloroquina e sugeriu que colaborava com o governo em decisões normativas, Bolsonaro recebeu pelo menos cinco vezes membros do conselho no Palácio do Planalto, produziu e disseminou vídeos desinformativos com a participação de alguns deles e usou o argumento da autonomia médica e a legitimidade do órgão como escudo em inúmeras ocasiões — foi o caso de seu discurso na 76ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), no dia 26 de setembro de 2021 [Amaral, 2021; Martins, 2021; Jucá, 2021]. As manifestações de Bolsonaro eram potencializadas pela disseminação de mensagens nas redes sociais, promovida pela estrutura de propaganda bolsonarista [Gamba & Righetti, 2024].
Apesar do volume de pesquisas e da rápida atualização do conhecimento científico em torno da Covid-19, o ex-presidente não deixou de usar o “tratamento precoce” para minimizar os riscos da doença e deslegitimar as medidas de mitigação recomendadas por especialistas e instituições mundiais de saúde. O CFM não mudou seu posicionamento sobre a autonomia médica e evitou contrariar as declarações de Bolsonaro, por vezes deixando de se manifestar, inclusive em questões como a aquisição e a relevância das vacinas para o controle da pandemia: o órgão se posicionou sobre o tema somente após publicação de uma carta aberta assinada por ex-dirigentes da instituição em janeiro de 2021 [Amaral, 2021].
No contexto da imprensa, Brighton e Foy [2007] explicam que tanto a ideologia dos jornais quanto o relacionamento com atores políticos podem impactar na adoção de determinados valores-notícia. Ao analisar a relação entre Bolsonaro e a Gazeta, percebe-se que, em 2017, o jornal já declarava que mantinha um posicionamento conservador, divulgando os valores que norteavam suas publicações: defesa da família, da vida, da privatização e da livre iniciativa [Araujo, 2023; Martins, 2018].
Os resultados da análise também forneceram um panorama do debate público sobre a pandemia. A maioria dos textos abordou acontecimentos nacionais, refletindo desafios particulares do Brasil — um dos cinco países cujos principais líderes políticos subestimaram constantemente os riscos da doença [Borges & Rennó, 2021]. Esse contexto influenciou a cobertura jornalística, que enfatizou aspectos como a conduta do CFM, a evolução do número de casos e mortes e as taxas de vacinação.
A circulação de informações conflitantes na mídia pode ter impactado a percepção pública sobre vacinas. Para Spitzberg [2025], a distorção de informações na mídia tende a dificultar ainda mais o enfrentamento da resistência vacinal em futuras pandemias. Embora não se possa estabelecer uma relação causal direta, dados da pesquisa Epicovid 2.0 indicam que, entre os motivos para a hesitação vacinal relacionada à Covid-19, 32,4% dos entrevistados não acreditam nas vacinas e 31% temem possíveis efeitos adversos [Ministério da Saúde, 2024c].
Médicos, políticos e entidades médicas são os principais atores da amostra, evidenciando os conflitos em torno das políticas de mitigação e controle da Covid-19. Os grupos se dividiram entre aliados e oposição ao governo. Entre as entidades, as divergências fizeram com que a Associação Médica Brasileira (AMB) criasse o Núcleo de Atuação Parlamentar (NAP) para viabilizar o diálogo com o Congresso sem necessitar de mediação do Instituto Brasil de Medicina (IBDM), cujas lideranças manifestavam apoio ao “tratamento precoce”, além de criticar a vacinação contra a Covid-19 [Lopes & Vargas, 2021]. Em outubro de 2021, pelo menos 13 entidades médicas já haviam deixado de integrar o instituto e associaram-se ao núcleo. Conforme o presidente da AMB, César Eduardo Fernandes, a mudança visava garantir uma comunicação “sem qualquer fator de natureza política-ideológica” [Lopes & Vargas, 2021].
7 Considerações finais
Estratégias para deslegitimar o consenso científico são frequentemente adotadas e seus impactos sociais têm sido amplamente analisados em estudos sobre a circulação de desinformação. A exposição excessiva a esse tipo de conteúdo pode diminuir a adesão da população a recomendações oficiais de saúde [Bridgman et al., 2020; Enders et al., 2020], reduzir a confiança em informações e em instituições oficiais [Einstein & Glick, 2015; Jolley & Douglas, 2014b], além de minimizar a intenção das pessoas de se vacinar [Jolley & Douglas, 2014a; Roozenbeek et al., 2020] e de obedecer ao calendário vacinal [Callaghan et al., 2019].
A imprensa tem papel importante no enfrentamento desse problema, mas sua atuação também pode contribuir para o fortalecimento da crise, seja amplificando a desinformação [Tsfati et al., 2020], proporcionando visibilidade a falsos especialistas [World Health Organization, 2016] e produzindo manchetes apelativas ou que repercutem alegações falsas de atores políticos [Soares & Recuero, 2021].
A Gazeta manteve uma postura alinhada ao CFM nos dois períodos analisados, de modo que 96% dos textos com posicionamento publicados pelo jornal defenderam o órgão, resultado semelhante ao de Ivanowski [2023]. A Folha assumiu postura mais crítica — 98% dos textos com posicionamento foram contrários ao CFM —, apesar de ter colaborado para a defesa do “tratamento precoce” por meio da publicação de um informe publicitário sobre o tema. Ambos os veículos nomearam e acusaram “oponentes” de politizar a pandemia e de assumir condutas “anticiência”. No contexto da vacinação infantil, os textos favoráveis à abordagem do CFM foram todos publicados pela Gazeta, reforçando o histórico conservador do veículo.
Embora a cobertura vacinal infantil tenha crescido a partir de 2022, ela apresentou queda acentuada desde 2016 [Ministério da Saúde, 2023a], comprometendo o alcance da imunidade coletiva. Além disso, a cobertura vacinal total da população não atinge 70% desde 2020 [Kroll, 2023]. As razões envolvem falta de acesso ou de disponibilidade das vacinas, mas também discursos que promovem dúvida sobre a vacinação e a polarização midiática em torno dos debates científicos. Em um cenário de baixa cobertura vacinal, a reprodução desse tipo de discurso pela imprensa pode amplificar a desinformação e aumentar a hesitação.
A coleta manual representa uma limitação para este trabalho, considerando-se as diferenças nos mecanismos de busca dos jornais analisados. Além disso, a análise de apenas dois veículos impossibilita generalizações. Recomenda-se que futuras pesquisas envolvam um número maior de empresas jornalísticas, preferencialmente com diferentes linhas editoriais, o que pode contribuir para a compreensão das nuances de cada veículo e do fluxo informacional. A consulta do CFM sobre a vacinação infantil, por ser recente, sugere a necessidade de futuros estudos que explorem os desdobramentos e impactos da cobertura jornalística de forma aprofundada.
Agradecimentos
As autoras agradecem às agências Fapesp (processo n.º 2021/09008-0) e Capes (processo n.º 88887.627504/2021-00 do Programa PROEX), que financiaram parcialmente esta pesquisa.
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Sobre o autores
Giselle Soares Menezes Silva.
Doutoranda em Política Científica e Tecnológica, Mestra em Divulgação Científica e
Cultural pelo Labjor/Unicamp.
E-mail: gisellesms@gmail.com Bluesky: @gisellesms
Dayane Fumiyo Tokojima Machado.
Doutoranda em Política Científica e Tecnológica, Mestra em Divulgação Científica e
Cultural pelo Labjor/Unicamp.
E-mail: dayaneftmachado@gmail.com Bluesky: @dayftmachado
Marina Fontolan.
Visiting Assistant Professor, Department of Radio-Television-Film, Moody College of
Communication — The University of Texas at Austin, Doutora em Política Científica e
Tecnológica (DPCT/Unicamp).
E-mail: marina.fontolan@utexas.edu Bluesky: @marinafontolan