1 Introdução

A comunicação disruptiva e multidirecional traz um cenário bastante diverso — e, por vezes, confuso — nos processos de produção e de consumo de conteúdos informativos. O cenário pandêmico, em especial entre 2020 e 2021, com uma enxurrada de informações em todos os níveis, e os processos eleitorais brasileiros, que ocorrem a cada dois anos, trazem desafios no campo da comunicação. Existem posições diferentes dos diversos atores sociais, há a busca da credibilidade da fonte e emerge a maneira de a mensagem ser comunicada [ Flanagin & Metzger, 2007 ].

Nos contextos da vacinação — e dos movimentos antivacina —, no ambiente da pandemia de Covid-19, mesclaram-se informações oficiais, que são sempre as mais importantes, com movimentos de “achismos” e amadorismos, com os checks and balances entre a construção da informação, a liberdade de expressão e a responsabilização. Ao mesmo tempo, o crescimento de líderes populistas — como Jair Bolsonaro, no Brasil, e Viktor Órban, na Hungria — trouxe à tona discursos negacionistas e contrários à ciência e impactou no contexto da desinformação, gerando instabilidade nas respectivas sociedades.

Para Fagundes et al. [ 2021 ], as notícias falsas e a desinformação trazem efeitos claros para a ciência, gerando desafios e grandes dificuldades para a compreensão e para as apropriações sociais do conhecimento, assim como para os processos de crença nas instituições democráticas e nos próprios cientistas.

O fenômeno da desinformação teve grande dimensão em alguns episódios políticos, como o Brexit , processo de saída da União Europeia por parte do Reino Unido, concluído em 2020 [ BBC, 2018 ], no Reino Unido; e a vitória eleitoral de Donald Trump, do Partido Republicano, nos Estados Unidos, em 2016. As notícias falsas e o discurso negacionista — este, muito evidente em alguns ambientes no contexto da pandemia de Covid-19 — trouxeram vários desafios no contexto da investigação científica, para um melhor entendimento desses processos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto da doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19) como uma Emergência de Saúde Pública, de abrangência internacional, em janeiro de 2020. Seguindo o Regulamento Sanitário Internacional, em março foi caracterizada como uma pandemia. 1

No Brasil, vivenciamos, nos anos de 2020 e de 2021, principalmente, uma guerra política informacional na pandemia da Covid-19, que contaminou ações de saúde pública (medicação preventiva e vacinação), criou confusões na divulgação de informações científicas e tornou mais letal a presença do vírus no país porque a desinformação, além de desconsiderar o conhecimento científico, foi mobilizada para fortalecer discursos que favoreciam alguns atores políticos [ Recuero & Soares, 2021 ]. O período pandêmico no país foi marcado pelo signo da desinformação governamental, em vários niveis.

Oliveira [ 2020 ] também aponta a complexidade do conceito de desinformação que não pode apenas ser associado a uma oposição entre o jornalismo, como detentor da verdade, e atores que utilizam a desinformação como estratégia de desestabilização social, até porque a própria mídia pode ser usada no processo de propagação da desinformação.

de Albuquerque Aquino [ 2007 ], no campo da ciência da informação, assinala a desinformação como ausência de uma competência informacional, ou seja, da impossibilidade de o usuário localizar por si próprio o conteúdo que precisa para chegar as suas próprias conclusões, estabelecendo para esse tema uma associação ao nível cognitivo e à carga de conhecimentos gerais. O autor relaciona ainda o conceito a um sombreamento informacional provocado pelas subinformações:

No Brasil, as múltiplas interações que os sujeitos mantêm com o mundo e com os outros sujeitos mostram que eles estão, quase sempre, submetidos à desinformação ou pouca informação. Morin [1995] ilustra muito bem essa questão da "subinformação", quando diz que percebe, nas interações dos sujeitos, algumas zonas de sombra informacional que produzem ruídos e redundâncias e operam para que não se saiba o que acontece em determinados lugares [de Albuquerque Aquino, 2007 , p. 12].

Nesta linha, estabelece se uma divisão social, e os desinformados estariam apartados dos informados, qualificados como excluídos do acesso a possibilidade tecnológica da informação. Para atingir os objetivos principais dessa pesquisa, na investigação sobre as modalidades de desinformação e na percepção dos mecanismos de enfrentamento a ela, opta-se pelo uso de dois caminhos metodológicos.

O primeiro deles é a revisão de literatura com a consequente operacionalização conceitual. A montagem de um referencial teórico torna-se para consolidar as categorias que serão discutidas. A revisão sistemática de literatura [ Mendes, Silveira & Galvão, 2008 ] se evidenciou como um dos meios mais adequados para a construção dessa pesquisa, com a busca de publicações mais recentes — até mesmo pela contemporaneidade da temática —, mas buscando também outras fontes sobre comunicação.

Ao lado disso, na exposição das modalidades de desinformação, opta-se por uma categorização, em uma discussão teórico-prática, com a ferramenta da exemplificação, além do próprio aprofundamento conceitual [ Mazucato, 2018 ]. A identificação dos tipos de desinformação verificados, listados e exemplificados permite uma correlação com as várias formas de desinformar uma população.

Do ponto de vista da organização do texto, portanto, tem-se a seguinte estrutura: a presente seção introdutória; a apresentação e o aprofundamento de algumas categorias conceituais, como fake news , infodemia e pós-verdade; discussão teórico-prática sobre as principais modalidades de desinformação; potenciais antídotos e desafios para o enfrentamento das fake news ; considerações finais.

2 Operacionalização conceitual a partir de algumas categorias

Torna-se necessária a exposição conceitual de desinformação, perspectiva teórica basilar deste artigo. O senso comum remete à conclusão de que esta temática é consenso e há uma conformidade em torno da palavra. Mas é possível encontrar várias interpretações a partir da literatura corrente não apenas no campo semântico.

Para Geertz [ 1997 ], referência na visão da antropologia hermenêutica, o senso comum pode ser entendido como uma consequência de reflexões e que pode ser alvo de questionamentos, variando de pessoa para pessoa. O senso comum é, pois, um sistema cultural como quaisquer outros e tem base nas convicções dos seus próprios valores, suportadas pelas partes interessadas em determinados contextos [Geertz, 1997 ].

Ainda de acordo com Geertz [ 1997 ], o senso comum coincide com saberes óbvios — mas mesmo tais saberes podem se expandir e se modificar, mesmo diante de cenários estáticos e completamente certos. Geertz [ 1997 ] defende que o senso comum traz convergências, embora existam pessoas que possam seguir suas próprias convicções, mesmo diante de coisas aparentemente óbvias, com as chuvas, o frio e o calor.

Para Bourdieu [ 2008 ], a permanência de traços reais no contexto do senso comum se observa em segmentos como a educação — e como é importante, nesses contextos, ampliar a discussão e a construção do conhecimento, a partir de fatores linguísticos e das ferramentas simbólicas.

Já de acordo com Floridi [ 2011 ], a filosofia da informação se concentra e se fortalece na preocupação em “como a informação deve ser adequadamente criada, processada, administrada e usada” já tendo o autor ressaltado a necessidade de compreeensão sobre quando “o processo de informação é defeituoso” [ Floridi, 1996 , p. 509]. Nesse sentido, para Floridi [ 1996 ], há de se considerar o perigo da imprecisão da informação. O campo de percepção da informação deveria incluir os processos de construção — e desconstrução — da informação para se perceberem possíveis irrgularidades ou a finalidade de gerar algum tipo de engano aos leitores [Floridi, 2011 ]. O processo de informação se torna defeituoso, segundo Floridi [ 1996 ], quando há falta de objetividade, de pluralismo ou de dados completos.

Fox, Levitin e Redman [ 1994 ] destacam que a precisão é uma dimensão crítica da qualidade da informação, portanto, um público pode adquirir falsas crenças sobre o mundo como consequência de informações enganosas e imprecisas. A disseminação de informações distorcidas nos remetem a identificar o conceito de desinformação empregado como ferramenta de alienação planejado intencionalmente, e ainda, ruídos ou falta de informação.

As crenças têm, no geral, um padrão de confirmação, muitas vezes vinculado a uma perspectiva de organizar e desenvolver ações para alcançar resultados [ Bandura, 2008 ]. Para Bandura [ 2008 ], crenças se amparam, em geral, na teoria social cognitiva, e podem trazer alguns aspectos de autoconfiança e de autoeficácia.

Ao contrário do erro da informação mal apurada ou negligente, a desinformação tem como origem o engajamento na intencionalidade de enganar [ Fetzer, 2004 ], buscando como consequências a corrosão da confiança e da eficiência da capacidade exponecial de compartilhar informações na era digital. Destarte, é evidente que a desinformação tem sido estratégia para a busca de desarranjos institucionais e dissonâncias comunicacionais.

Todavia, Oliveira [ 2020 ] aponta que intencionalidade da desinformação se torna um viés problemático pela impossibilidade de avaliarmos a disseminação de conteúdos desinformativos e o contexto de divulgação destes conteúdos, muito mais associados a disputas de sentido do que a intenção de enganar.

Para a discussão a respeito de desinformação ser aprofundada, é necessário verificar a literatura disponível sobre o tema e tratar de alguns episódios que ilustrem categorias como a desinformação, a infodemia e a pós-verdade.

As notícias falsas não são relacionadas, necessariamente, com as mentiras, com a informações distorcidas e/ou manipuladas. Em 2017, a editora inglesa Collins [ BBC, 2017 ] definiu a expressão fake news como a manifestação verbal daquele ano, e o termo se tornou muito popular e usado em vários contextos a ambientes diversos. As notícias falsas também se “destacaram” em dois processos políticos importantes — o Brexit e a eleição presidencial norte-americana de 2016, com a vitória do republicano Donald Trump.

A desinformação, decorrente desses contextos, insere-se, dessa forma, nas problemáticas comunicacionais e informacionais do século XXI, em especial a partir das suas intenções. Elas são amplificadas pelas plataformas digitais e são usadas em vários contextos sociais, como em eleições, na saúde pública ou em espaços de convivência, por exemplo.

Para Meneses [ 2018 ], as fake news são notícias falsas nas quais reside uma ação planejada para manipular os interlocutores, gerando confusão, desinformação, desconforto e até decisões equivocadas. Em geral, elas são informações que são apresentadas como reais, fabricadas e/ou exageradas para enganar as audiências visadas [ Reilly, 2012 ].

Ainda no ano de 2017, o Dicionário Oxford definiu o termo “pós verdade” — post-truth — como algo relacionado ao cenário em que os fatos concretos apresentam menor poder de influência junto à opinião pública, em relação às emoções e às crenças pessoais que acabam ganhando protagonismo [ Genesini, 2018 ].

As ideias de fake news e de pós-verdade se destacam em um cenário com agilidade e extrema velocidade para a produção e para a circulação das informações. De acordo com Mans [ 2018 ], as informações podem surgir de quaisquer fontes e sem quaisquer critérios, com força para se espalhar, de gerar manipulação nas emoções e de causar influências destrutivas e efetivas nas populações, em especial no campo político. Para Ribeiro [ 2018 ], a difusão dessas notícias falsas e da pós-verdade acontece, muitas vezes, a partir de contatos familiares, muitas vezes em um contexto de proximidade e de confiança pessoal.

D’Ancona [ 2018 ] reforça o caráter interdisciplinar da concepção de pós-verdade, circulando por segmentos como a política, a psicologia e a comunicação. Pós-verdade seria um processo de se acreditar muito mais em fontes próximas e, eventualmente, confiáveis, do que em fontes oficiais ou mesmo no conteúdo transmitido e reproduzidos por mídias tradicionais, como rádio e televisão [D’Ancona, 2018 ].

De acordo com D’Ancona [ 2018 ], a pós-verdade se insere em um uso mais emocional para mobilizar as pessoas, em que os fatos podem ser modificados de acordo com o ambiente que cerca as comunidades, gerando outras potenciais “verdades”. A jornalista Claire Wardle faz uma discussão profunda a respeito das fake news , embora evite usar o termo em si, por entender que a desinformação é um fenômeno muito mais amplo e completo do que a divulgação de notícias falsas [ Derakhshan & Wardle, 2017 ].

No texto, já clássico, emergem três conceitos ou significações:

  1. misinformation , que aparece quando a informação, a despeito de ser falsa, não foi produzida para causar danos — os erros são acidentais, como datas erradas e traduções mal desenvolvidas;

  2. mal-information , que são publicações de conteúdos verdadeiros, com a intenção clara de causar danos e prejuízos — como vazamentos de informações e discursos de ódio e de violência; e

  3. disinformation , que surge no caminho de interseção entre misinformation e mal-information , caracterizando-se como notícias falsas com o objetivo de prejudicar [Derakhshan & Wardle, 2017 ].

Os termos misinformation e disinformation , por exemplo, ganharam destaque nesse debate nos momentos políticos ocorridos nos Estados Unidos e no Reino Unido, já citados, em 2016, como ressalta D’Ancona [ 2018 ].

Ainda neste debate conceitual, também é importante pensar no conceito de infodemia [ Ferreira, 2022 ] em que as pessoas ficam mais confusas e aflitas com o excesso de informações sobre um determinado assunto. Para a OMS, a pandemia de Covid-19 trouxe com ela a infodemia, a partir dos conteúdos difundidos, não necessariamente verdadeiros ou falsos.

A palavra infodemia se refere a um grande aumento no volume de informações associadas a um assunto específico, que podem se multiplicar exponencialmente em pouco tempo devido a um evento específico, como a pandemia do novo coronavírus. A desinformação e a manipulação de informações são propagadas com intenção duvidosa.

Emergem dificuldades para que as populações confiarem no que é divulgado, portanto, com o volume grande do que recebem na esfera pública, em intervalos curtos de tempo. O fenômeno da infodemia se expandiu, também, com o “dilúvio” de informações relacionadas à pandemia, de acordo com a OMS [ OPAS, 2020 ].

Assim, esse excesso de informações divulgadas no ambiente da crise pandêmica “estimulou” ainda mais a propagação de erros, das notícias falsas e de equívocos diversos, causando instabilidade.

3 Principais modalidades da desinformação

Para ampliar o debate sobre desinformação no presente artigo, trabalham-se onze modalidades dela, definindo conceitos e mostrando um exemplo de notícia que se enquadra nas respectivas análises.

Essa categorização proposta é uma construção dos próprios autores, a partir dos estudos feitos a partir das literaturas já disponíveis e, ao mesmo tempo, em análises e seleções de exemplos observados em publicações de portais de notícias brasileiros entre os anos de 2020 e 2022. Essa classificação sobre os tipos de desinformação, com as onze categorias conceituais propostas — e destacadas na Tabela 1 —, dialoga com a perspectiva de Wardle [ Derakhshan & Wardle, 2017 ], que divide as notícias falsas em sete categorias, a saber:

  1. Sátira ou paródia: há o potencial de enganar, embora sem a intencionalidade de causar males mais evidentes e com aspectos nocivos concreto/s;

  2. Falsa conexão: imagens, legendas e títulos apresentam dicas falsas sobre o que é realmente conteúdo com relevância para o(s) público(s);

  3. Falso contexto: conteúdo original retirado de contexto, gerando confusões de compreensão;

  4. Conteúdo enganoso: uso enganoso de uma informação contra uma pessoa ou a respeito de um determinado tema ou assunto;

  5. Conteúdo fabricado: material completamente falso para gerar desinformação e causar mal;

  6. Conteúdo manipulado: informação verdadeira, mas manipulada para enganar os interlocutores;

  7. Conteúdo impostor: informações falsas atribuídas a fontes reais [ Derakhshan & Wardle, 2017 ].

As categorias selecionadas nesta pesquisa, a partir da consulta aos dados, são demonização, descontextualização, distorção, esoterismo, eufemismo, falácias, generalização, mentiras, negacionismo, omissão e pressuposição. Foram escolhidos exemplos recentes, no caso brasileiro, a partir das categorias saúde — no ambiente pandêmico — e política.

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Tabela 1 . Modalidades da prática de desinformação. Autoria própria, a partir da consulta às várias fontes em mídias impressas e eletrônicas, em 2020 e 2021.

De acordo com Derakhshan e Wardle [ 2017 ], a discussão se amplia a partir das variáveis da intencionalidade da mensagem, em si, assim como a veracidade dos conteúdos produzidos e publicados. Aidar e Alves [ 2019 ] destacam que leitores, ouvintes ou espectadores menos críticos ficam mais vulneráveis para receber e processar como verdadeiras as desinformações.

No âmbito da comunicação, por exemplo, Baxter, Marcella e Walicka [ 2019 ], destacam que as fake news são entendidas como as informações falsas, em geral sensacionalistas, divulgadas sob um pretexto de reportagem jornalística.

Demo [ 2000 ] desde há muito enfatiza as contradições da sociedade da informação, tanto no excesso de conteúdos, gerando uma ansiedade informacional, quanto pelos dados enviesados e/ou retirados de contexto. De acordo com Demo [ 2000 ], a informação e a desinformação estão ligadas ao mesmo fenômeno, mas com sentidos opostos. Para Fallis [ 2015 ], a desinformação compartilhada traz grandes riscos em relação a efeitos materiais ou comportamentais.

Para Floridi [ 2010 ] e Fallis [ 2015 ], a desinformação tem como principal objetivo a indução dos receptores das mensagens para que estes acreditem que se trata de informações precisas, confiáveis e inquestionáveis — quando, em verdade, são conteúdos tendenciosos e descontextualizados para prejudicar a compreensão e as ações destes próprios receptores.

A comunicação cotidiana, nos ambientes familiares, representa mais fragilidades em relação ao ambiente da desinformação, principalmente pela falta de checagem [Fallis, 2015 ]. Por vezes, nem o próprio ato de desmentir uma desinformação garante um acesso mais correto à realidade dos fatos, pelas próprias crenças individuais [ Perry, 2018 ].

Dessa forma, ao entender e problematizar as modalidades da desinformação, é possível mensurar possíveis impactos na vida das pessoas, em pensamentos e atitudes. Essa percepção sistêmica abre possibilidades de se buscar mecanismos efetivos para o combate à desinformação no Brasil.

4 Potenciais antídotos e desafios para o enfrentamento da desinformação

É essencial pensar nos meios de mitigar os efeitos da desinformação nos meios tradicionais e nas mídias digitais. De acordo com Genesini [ 2018 ], as mídias e redes sociais, cada vez mais presentes, amplificam, via internet , o crescimento de quaisquer tipos de informações — incrementando também os efeitos da desinformação, pelo mesmo viés de impacto social.

A checagem da veracidade dos fatos torna-se imperiosa, nos âmbitos da cidadania e da democracia. Neste sentido, destaca-se o primeiro antídoto: a checagem de fatos — ou fact-checking —, que é um trabalho de identificar o que é verdade ou o que é mentira, dentre tantas informações divulgadas. É importante selecionar o que vai ser checado e buscar parâmetros de análise para poder tornar as informações mais palpáveis para o público, no Brasil. Nesse sentido, destacam grupos, no país, como a Agência Lupa 2 e o Portal Aos Fatos, 3 que realizam parcerias com algumas das gigantes digitais, como o Facebook , por exemplo.

Para ilustrar tais contextos, é possível identificar a atuação da agência e do portal em posts de agosto de 2022, a saber: “Em podcast , Bolsonaro insiste em informações falsas sobre ditadura e Covid-19” [ Nomura, 2022 ], da Agência Lupa e; “Em 1.322 dias como presidente, Bolsonaro deu 6.004 declarações falsas ou distorcidas, do Portal Aos Fatos” [ Aos Fatos, 2020 ].

Sobre os processos de fact-checking , inseridas na presente discussão, Albuquerque [ 2021 ] traz uma importante contribuição. De acordo com Albuquerque [ 2021 ], o fenômeno do fact-checking tem suas peculiaridades, assim com as ações de combate à desinformação inerentes a eles: há uma forte estruturação em paradigmas de gestão da produção e disseminação de conhecimento legitimado, conectados ao projeto de globalização neoliberal.

Em relação ao cenário institucional, emerge um segundo antídoto, a partir da mobilização da Justiça Eleitoral no Brasil. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) [ TSE, 2022b ] vem buscando, desde o pleito de 2018, desenvolver forças-tarefas e tomar medidas para o combate à desinformação durante os períodos eleitorais. Os processos se robusteceram em 2020 e, em 2022, novamente no cenário de eleições gerais — e com grande polarização política —, vários movimentos foram feitos, mobilizando a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e empresas como a Meta ( Facebook , Instagram e WhatsApp ), ao mesmo tempo que foram oferecidas várias ferramentas para os cidadãos-eleitores enfrentarem a desinformação e poderem fazer suas escolhas de maneira mais democrática. Foi uma briga muito árdua por parte da Justiça Eleitoral, mas os resultados de punições e enquadramentos jurídicos foram evidentes e diminuíram o impacto da desinformação no pleito de 2022. Em publicação no próprio Portal do TSE, em outubro de 2022, mais de 100 postagens com narrativas enganosas sobre as urnas eletrônicas e a respeito do sistema eleitoral foram derrubadas. As práticas de desinformação também foram identificadas como crimes eleitorais, de acordo com o artigo 296 do Código Eleitoral — pelos efeitos da desordem nos próprios trabalhos nas eleições [ TSE, 2022a ].

Neste sentido, outro caminho de diminuir o impacto da desinformação pode ser a criação de um marco regulatório com suporte jurídico, como um processo sistêmico, para mobilizar a sociedade em seus processos de cidadania, contra as notícias falsas e as confusões conceituais. Uma mudança na legislação, com o tratamento da questão de forma mais efetiva pelas Casas Legislativas — Câmara dos Deputados e Senado Federal — fortalece os processos de enfrentamento da desinformação.

Simultaneamente, um quarto eventual caminho pode ser a ampliação do acesso e o conhecimento da sociedade brasileira em relação às mídias e redes sociais, em seus processos de comunicação, informação e desinformação. Nesse contexto, é possível pensar de que não é viável um combate isolado às falsificações e à desinformação — e as parcerias entre o Estado, os governos estaduais, as empresas (como as plataformas digitais) e a sociedade civil se convertem em um caminho muito fértil para diminuir os efeitos da desinformação.

Todos esses caminhos, os já existentes e os que podem ser implantados, se conjugados e tratados de forma integrada, tendem a ampliar e se converter em antídotos permanente para tornar mais equilibrada a batalha contra as notícias falsas — tal luta, em muitos casos, é dada como perdida.

5 Considerações finais

A presente pesquisa buscou trazer à tona a discussão sobre as várias nuances que se fazem presentes no contexto da desinformação. As questões ora apresentadas ainda são foco de controvérsias conceituais, com uma ampla disputa por definições mais claras — e o artigo busca fortalecer algumas perspectivas, não somente na categorização de onze maneiras de desinformação, mas também na apresentação de exemplos de como essas situações se apresentam na sociedade brasileira.

As notícias falsas, com a consequente desinformação, concorrem para a crescente crise de credibilidade das instituições democráticas — fenômeno presente no Brasil, principalmente durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro, atualmente no Partido Liberal (PL), e que governou o Brasil entre 2019 e 2022. Bolsonaro foi derrotado no pleito presidencial de outubro de 2022, ao receber menos votos, no segundo turno, que o ex-presidente e candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Luís Inácio Lula da Silva. Lula assumiu o governo brasileiro em janeiro de 2023 — e tem mandato até 2026.

Buscou-se, neste texto, identificar as principais facetas e modalidades da desinformação, em um contexto marcado por forças interdependentes, como a pós-verdade e a infodemia — com os impactos não apenas no contexto político, mas também no que se relaciona às questões de saúde pública.

Percebeu-se, também, a partir dos dados e exemplos levantados, as várias modalidades da desinformação e da presença cada vez maior, em todos os ambientes, no Brasil. Vive-se no contexto da desinformação, com o crescimento exponencial da produção e da disseminação da desinformação. As plataformas digitais aceleram tais processos e tornam, muitas vezes, o ambiente com muitas dificuldades para ser controlado.

Verificou-se também um incremento da desinformação como estratégia discursiva, em processos eleitorais ou mesmo no ambiente da pandemia de Covid-19, que assolou o mundo, de forma efetiva, entre os anos de 2020 e 2021. O negacionismo foi uma das formas de desinformação mais emergiu nesse contexto analisado, ainda mais no contexto nacional, nas ações do governo federal, através, principalmente, do ministério da Saúde.

Tão velozes como avassaladores como uma pandemia ou uma fragilização do processo democrático, a desinformação representa um grande desserviço à população. É essencial, portanto, tratar a desinformação como algo perigoso para os processos democráticos e fortalecer os mecanismos de checagem de informação e as punições a quem divulga notícias falsas para confundir e para manipular.

Por fim, destaca-se o crescimento dos mecanismos de enfrentamento da desinformação, como a ação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no Brasil; dos órgãos internacionais, como a OMS; da sociedade civil organizada; e/ou dos meios acadêmicos, como os projetos Lupa e Aos Fatos, dentre outros.

A mobilização das instituições é essencial para a prevalência dos valores democráticos e para uma sociedade mais justa e informada.

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Autores

Rodolfo Silva Marques.  Professor-Doutor da Universidade da Amazônia (UNAMA) — Belém-PA-Brasil. Professor-Adjunto da Faculdade de Estudos Avançados do Pará (FEAPA) — Belém-PA-Brasil. É graduado em Comunicação Social/Publicidade e Propaganda pela Universidade da Amazônia (UNAMA). É especialista em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ideal). É mestre em Ciência Política pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e doutor em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Currículo-Lattes: http://lattes.cnpq.br/7865990074375419 .
E-mail: rodolfo.smarques@gmail.com

Ivana Cláudia Guimarães de Oliveira.  Professora-Doutora da Universidade da Amazônia (UNAMA) — Belém-PA-Brasil, Professora Titular do Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Linguagens e Culturas da Universidade da Amazônia (UNAMA) — Belém-PA-Brasil. Doutora em Ciências do Desenvolvimento Socioambiental pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido (PPGDSTU), no Núcleo de Altos Estudos da Amazônia (NAEA) da Universidade Federal do Pará (UFPA); Mestra em Planejamento do Desenvolvimento Sustentável, pelo mesmo programa. É Bacharel em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Currículo-Lattes: http://lattes.cnpq.br/2354238224698969 .
E-mail: ivana.professora@gmail.com

Mário Camarão França Neto,  Professor-Adjunto da Universidade da Amazônia (UNAMA) — Belém-PA-Brasil. Coordenador dos Cursos de Comunicação Social da Universidade da Amazônia (UNAMA) — Belém-PA-Brasil. Graduado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Pará (UFPA). É especialista em Marketing e em Comunicação, Cidadania e Educação. Mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade do Minho (UM / Portugal). Atualmente, cursa doutorado em Cibercultura e Redes de Informação – Ciências da Comunicação, na UM. Currículo-Lattes: http://lattes.cnpq.br/1672424578700939 .
E-mail: mariocamarao@gmail.com

Notas

1 A OMS destaca que na era da informação, esse fenômeno foi amplificado pelas redes sociais e se propaga mais rapidamente, como um vírus [ PAHO, 2020 ].

2 Agência Lupa, https://lupa.uol.com.br/ , acesso em: 15 dezembro 2022.

3 Portal Aos Fatos, http://www.aosfatos.org/ , acesso em: 15 dezembro 2022.